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quarta-feira, 15 de junho de 2016

Espanha - Análise dos Favoritos - Eurocopa

A Espanha é a atual bicampeã da Eurocopa, e venceu uma Copa do Mundo entre os dois títulos. Mas o time multicampeão sofre para se reencontrar, principalmente depois das aposentadorias de David Villa e Xavi. Qualidade o time tem, mas o melhor encaixe de suas peças ainda é uma incógnita.




Defesa 

Apesar da convocação de Casillas, o titular agora é David De Gea. A passagem de bastão terminou, e o ex-capitão está na equipe mais pelo apoio moral. Sergio Rico (Sevilla) é o terceiro goleiro, tendo jogado apenas um jogo na equipe nacional.

A defesa tem nomes grandes, e alguns dos melhores defensores do mundo, mas talvez tenham passado um pouco do auge. Juanfran (Atletico de Madrid) na lateral direita, Piqué e Sergio Ramos na zaga e Jordi Alba (Barcelona) na esquerda formam a linha titular. Uma defesa conhecida, com Juanfran sendo o novato, mesmo com muita experiência. Bellerin, jovem lateral direito do Arsenal é o reserva que tem chance de ganhar uma vaga no decorrer do torneio. Azpilicueta é um lateral esquerdo destro que joga no Chelsea. Bartra é um jovem zagueiro do Barcelona que não inspira muita confiança nos torcedores e Mikel San Jose é um zagueiro do Athletic Bilbao, capaz de jogar também como volante.

Meio-Campo

Aqui é onde o time espanhol brilha. O cérebro do time é Iniesta, provavelmente o melhor meio-campista da atualidade. O seu companheiro de clube Busquests é o homem da saída de bola limpa e também responsável por matar os contra-ataques adversários. Fábregas, que joga no Chelsea mas já foi do Barcelona também, é o terceiro homem do meio-campo. O trio é capaz de dominar qualquer partida, controlando a bola. David Silva é um meio-campista mais avançado e habilidoso no drible. Os quatro formam o time base da Espanha. Mas no banco, dois jogadores mantém o nível do time, e podem pintar no time titular em algum momento do torneio. São eles: Thiago Alcantara, filho do tetracampeão Mazinho, jogador do Bayern de Munique, e um dos favoritos de Pep Guardiola; e Koke, o craque do Atlético de Madrid, a maior esperança de um novo Xavi. O time tem ainda Bruno Soriano, um volante do Villareal, que não deve ter muito tempo de jogo a não ser que Busquets se machuque.

Ataque

Esse setor é o calcanhar-de-aquiles da seleção espanhola. No time campeão mundial em 2010, os titulares eram Fernando Torres e David Villa, dupla que fez história. Desde que eles deixaram a seleção, entretanto, nenhum atacante espanhol conseguiu durar muito tempo. Na Euro 2012 inclusive, Fábregas foi o atacante do time. Dessa vez, a esperança está em Alvaro Morata, revelado pelo Real Madrid e destaque do time da Juventus que foi vice-campeão da Liga dos Campeões, e Nolito, um ponta-esquerda habilidoso que joga pelo Celta de Vigo. Pedro, revelado pelo Barcelona e que começou sua carreira marcando um gol em cada um dos seis títulos do time na temporada de 2008-2009, é reserva da equipe, mas deve entrar frequentemente. Adritz Aduriz é um centroavante de 35 anos que foi artilheiro na última temporada, e tem apenas 6 partidas pela sua seleção. Para completar Lucas Vasquez é um jovem do Real Madrid, que participou como reserva da final da Liga dos Campeões.

Estilo de Jogo.


A seleção espanhola passa por algo como uma crise de identidade. Enquanto seus três grandes títulos foram apoiados em um estilo de jogo baseado fortemente na posse de bola e no uso de vários meio-campistas técnicos e bons passadores, o que aconteceu nos últimos anos foi curioso. Devido a supremacia do Barcelona, os outros times da Espanha acabaram se tornando mais defensivos e adeptos ao contra-ataque. Um claro exemplo é o Atletico de Madrid, que deu Koke e Juanfran à seleção. Mas também o Real Madrid foi campeão com uma estratégia mais defensiva. Por último, até o Barcelona se tornou um time menos radical na posse de bola, desenvolvendo um gosto pelo contra-ataque, especialmente desde a chegada de Suarez e Neymar.

O problema é que enquanto seus jogadores se tornaram mais acostumados ao, ou até especialistas em, contra-ataque, não é possível imaginar que a Espanha enfrente muitos adversários que a permitam fazer isso. Isso acaba deixando-a com uma posse de bola estéril, que não ameaça tanto. A posição que mais simboliza essa contradição é a de centroavante do time. Alvaro Morata é um atacante de energia, que às vezes carrega todo o ataque da Juventus nas costas, partindo em velocidade contra um par de zagueiros. Esse também era o estilo de Diego Costa, que fracassou na Copa do Mundo. Quando eles jogam pela Espanha, o que acontece é que o espaço para correr some, e eles acabam jogando fora do seu ponto forte, se tornando comuns. Já o reserva Aduriz é mais acostumado a ser uma referência na área, mas a seleção espanhola não gosta de cruzar bolas na área, o que o prejudica.

Portanto, a Espanha precisa mostrar como irá transformar sua dominância na posse de bola em gols, ao mesmo tempo que sabe que as grandes equipes já sabem como derrotar esse estilo de jogo, seguindo as demonstrações de Diego Simeone na Liga dos Campeões. Na Copa do Mundo, Chile e Holanda passaram por cima da Espanha jogando um futebol de intensidade, pressão avançada e velocidade. Seus adversários terão tomado nota. 

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