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domingo, 6 de julho de 2014

Brasil x Colômbia - Quartas de Final - Copa do Mundo 2010

Brasil faz seus melhores 45 minutos na Copa, mas recua muito no segundo tempo, quase repetindo as quartas de final de 2010. James Rodriguez se destaca e faz gol, enquanto Neymar é discreto. Mas, para os dois, a Copa chega ao fim.

Mudanças no time
No Brasil, Paulinho entrou no lugar do suspenso Luiz Gustavo. O ex-meia do Corinthians voltou ao time depois de um bom desempenho nos treinos e de tomar a frente no apoio moral na disputa de pênaltis contra o Chile. Fernandinho assumiu o papel de primeiro volante, que desempenha no Manchester City. Foi bem na marcação a James Rodriguez e conseguiu distribuir bem o jogo. Outra opção tática de Felipão foi trocar Daniel Alves, muito criticado pelos vacilos defensivos, por Maicon. A Colômbia escalou Ibarbo e Guarin, deixando Aguilar e Martinez no banco. 

Fernandinho como primeiro volante. Bem defensivamente e
também na distribuição da bola.
Brasil forte pela esquerda
Maicon entrou no time com a clara instrução de ser mais cauteloso, ajudando a dar mais proteção no lado direito da defesa. Com isso, foi dado mais liberdade para os jogadores do lado esquerdo chegarem ao ataque. Neymar, jogando na posição do camisa 10, caía naquele lado e trabalhava bem com Hulk - o ponta esquerda - e Marcelo. As combinações de Neymar e Hulk criaram as melhores chances do primeiro tempo, com o jogador do Zenit chegando em condições de finalizar várias vezes. Além disso, o Brasil ocupava melhor o campo, pegando sempre os rebotes com Paulinho, Oscar e Fernandinho.

Passes no ataque do Brasil: Melhores chances pela esquerda.

Semelhança com 2010
De fato, avaliando a distribuição dos jogadores em campo, é marcante a semelhança da formação com o time de 2010. Um 4-2-3-1 torto, com o meia pelo lado direito alinhando mais com os volantes - Oscar hoje, Elano em 2010 - e o meia pela esquerda mais avançado, quase como segundo atacante - Hulk e Robinho. Nessa formação Neymar faz o mesmo papel de Kaká. Também semelhante a 2010, o Brasil fez o melhor tempo na Copa do Mundo nas quartas de final, mas conseguiu apenas a vantagem de 1 a 0.

Chutes a gol no primeiro tempo: 11 do Brasil e 4 da Colômbia.
Colômbia volta melhor
Se no primeiro tempo o Brasil soube controlar bem James Rodriguez, o time colombiano voltou melhor para o segundo tempo. Pekerman não hesitou em usar o banco. Tirou o ponta-esquerda Ibarbo e colocou outro atacante de área, Ramos. Pekerman continuou a adicionar jogadores ofensivos e avançar seus laterais. No final do jogo, a Colômbia atacava em um 3-3-1-3. Sanchez ficava com os zagueiros. Os laterais avançavam como alas e James Rodriguez abastecia o ataque, que foi completamente trocado ao longo do segundo tempo. O Brasil recuou e não soube aproveitar os contra-ataques. O time se concentrou em se defender, abdicou de atacar incrivelmente cedo e focou em proteger o placar, talvez com medo de repetir o desastre de 2010, mas deu espaço para o adversário, que passou a dominar o meio com Guarin e Rodriguez.

Bolas afastadas na defesa no segundo tempo de cada time: Brasil sofreu mais atrás.
James Rodriguez gigante
O meia colombiano, grande destaque dessa Copa, terminou o jogo com o maior número de toques na bola entre os 28 jogadores que entraram em campo. Liderada pelo jogador de apenas 22 anos, a Colômbia chegou ao seu gol quando James serviu Bacca, que sofreu pênalti de Júlio César. Incrível a capacidade do colombiano de trabalhar na frente do semicírculo, área clássica do camisa 10.

Passes de James Rodriguez: Concentração na posição do camisa 10.
Neymar tenta (e erra) muito.
Apesar de participativo, Neymar errou quase tudo que tentou no ataque. Por um lado acertou apenas dois passes e dois escanteios no jogo - todos no primeiro tempo. Por outro lado, todos esses resultaram em chances reais de gol, inclusive a assistência para Thiago Silva. No segundo tempo, o time controlava o placar, e Neymar não conseguia construir. Nesse momento, antes dos 20 minutos, era possível dizer que Neymar era prescindível para o Brasil. Tal era o momento do garoto que, na cobrança de falta do gol. David Luiz tomou a bola e Neymar nem fez questão de bater, após o camisa 10 ter cobrado duas faltas para fora.

Tentativas de drible de Neymar no jogo: Apenas 1 no ataque.
Neymar tentou e errou muito no ataque do Brasil.
Mas quando acertou, levou perigo.

Felipão demora pra mexer...
Pendurado com o cartão amarelo e sem uma grande participação no jogo, já era o caso de substituir Neymar, principalmente após o gol de falta de David Luiz. Considerando ainda que o jogo acumulava faltas em cima de falta, com o árbitro espanhol não distribuindo os cartões necessários, era ainda mais desejável que ele fosse poupado. O Brasil era pressionado pela Colômbia, e não conseguia nem montar um contra-ataque aproveitável. O jogo pedia a entrada de William, especialista nesse tipo de situação, ainda mais considerando que Fred, após um primeiro tempo decente, não contribuía mais para o jogo - a não ser na bola parada defensiva.

E mexe errado.
A primeira substituição de Felipão veio aos 37 minutos. Ele tirou Hulk e colocou Ramires, fortalecendo o meio. Em seguida, tirou Paulinho para a entrada de Hernanes. Curioso que no último jogo, quando o Chile recuou, Felipão colocou William, mas ele não tinha o espaço que gosta, atrás da defesa. Naquele jogo, era melhor Hernanes para armar. Aqui, contra a Colômbia, quando o adversário pressionava e dava espaço, ele preferiu colocar Hernanes, congestionando ainda mais o meio de campo, e matando qualquer esperança de contra-ataque brasileiro. Por último, quando Neymar levou a joelhada nas costas que o tirou da Copa, ele colocou o zagueiro Henrique para fechar mais a retranca. Nesse momento, o Brasil tinha 3 zagueiros e 3 volantes em campo. E Fred. A duras penas, conseguiu avançar para as semifinais.

Falta de Zuniga em Neymar:
Felipão tinha vários motivos para substituí-lo antes desse lance
Thiago Silva
Contra a Alemanha na semifinal, o Brasil terá dois desfalques: Neymar e Thiago Silva. Se o primeiro não fez grande partida, o mesmo não pode ser dito do segundo. Em uma partida em que o Brasil foi muito exigido na defesa, especialmente no segundo tempo, o capitão do Brasil, terminou o jogo com o maior número de chutes bloqueados (3), bolas afastadas (14) e duelos aéreos ganhos (5/7). Além disso, fez o gol que abriu o placar.

Thiago Silva: Monumental na defesa.

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