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domingo, 29 de junho de 2014

Holanda 2 x 1 México - Oitavas de Final - Copa do Mundo 2014

Holanda repete a história do confronto com o Brasil em 2010. Faz péssimo primeiro tempo e é dominada, mas reage depois de levar um gol e consegue a virada. Dessa vez, entretanto foi mais dramático, com a vitória chegando apenas nos acréscimos, quando a prorrogação parecia iminente.



Três zagueiros. 
Essa Copa do Mundo viu vários times jogarem com três zagueiros. Esse sistema era considerado por alguns obsoleto, mas ressurgiu nesse mundial. Ambos os times jogavam no 3-5-2, e estavam invictos no campeonato. Com o encaixe do sistema, vários confrontos individuais se desenhavam em campo, com vantagem para as defesas, que mantinham um homem na sobra. Como ambos os times não gostam de ter a bola nos pés, a expectativa era ver quem tomaria a iniciativa.

Estilo da Holanda
A Holanda-2014 gosta de jogar sem a bola. Contra Chile e Espanha, encontrou dois times que pregam como filosofia a posse de bola, e não se incomodou em apostar em contra-ataques para ganhar, e bem, dos dois times. Apesar de não ter a bola, não é uma retranca convencional, pois a Holanda avança bastante sua linha defensiva, diminuindo o espaço que o adversário tem para criar jogadas. Além disso, a pressão no meio-campo adversário é muito forte, muitas vezes com marcação homem a homem. Não era raro ver um zagueiro seguindo seu atacante até o meio-campo, quando este voltava para buscar o jogo. Por isso, apesar de não ter a bola, a Holanda não é uma retranca.

México domina o primeiro tempo.
Sabendo que a Holanda se alimenta de espaços na defesa, o México foi cauteloso, e não apostou em ter a posse de bola. Ao invés disso, manteve a linha relativamente recuada, sem dar espaço para a Holanda. O fato de Blind ter jogado como primeiro volante também evitou que ele pudesse fazer os cruzamentos que fez no primeiro jogo, quando foi destaque. Mais do que conter a Holanda, entretanto, o México criou as melhores oportunidades. Guardado e Herrera escapavam da pressão holandesa e conseguiam criar boas oportunidades. No intervalo, o México tinha criado 6 chances de gol contra apenas uma da Holanda.

Chutes a gol da Holanda no primeiro tempo: 1. México conseguiu 6.
Guardado acertou todos os seus passes no primeiro tempo.

Holanda no 4-3-3.
Se em 6 chutes a gol no primeiro tempo o México não conseguiu abrir o placar, bastou um no segundo tempo. Dos Santos fez aos 2 minutos, chutando de fora da área. Quase imediatamente, o técnico Van Gaal mexeu na estrutura da equipe. Tirou o ala direito Verhaegh e colocou o Depay. Kuyt saiu da ala-esquerda e virou lateral direito, com Indi fazendo a lateral esquerda. Na frente, Depay foi jogar na ponta-esquerda, e Robben na ponta-direita, sua posição favorita. Assim, o time europeu se reorganizou em um 4-3-3. O México recuou, tentando evitar dar mais espaços para o adversário. Saiu Giovanni dos Santos, autor do gol, e entrou Aquino, que compôs mais o meio pela direita. 

Robben
Repetidas vezes Robben conseguiu partir com a bola dominada pela direita, em sua jogada caracteristica. Duas vezes serviu Sneijder, sem que o companheiro conseguisse um bom chute. Uma terceira vez ele puxou pra direita, mas parou no bom goleiro Ochoa, de poucas mas importantes defesas na partida. Com, ele a pressão holandesa era incrivelmente perigosa. Huntelaar substituiu Van Persie cansado como seu companheiro de ataque. A partir desse momento, a Holanda tentava o gol, mas batia no bloqueio 
mexicano. 
Jogando na ponta-esquerda no segundo tempo,
Robben foi muito efetivo, criando três chances e
driblando cinco marcadores.
Kuyt.
O atacante holandês jogou de ala-esquerdo na maior parte do jogo, como já tinha feito contra o chile. Blind, que jogou de ala no primeiro jogo contra a Espanha, dessa vez foi primeiro zagueiro pela esquerda, e depois primeiro volante, quando De Jong se machucou. O atacante é um jogador útil, capaz de se sacrificar em qualquer posição que o técnico peça. No segundo tempo, quando Van Gaal mudou o time, ele foi jogar de lateral direito, em uma linha de quatro. Por últimos, nos quinze minutos finais do abafa, ele se tornou mais um no ataque.

A virada.
Mesmo com toda a pressão holandesa, o gol de empate só chegou aos 43 minutos do segundo tempo, quando Huntelaar desviou de cabeça para trás, Sneijder recebeu sozinho e soltou a bomba, vencendo finalmente a boa defesa mexicana e seu goleiro, que nada pôde fazer. Quando parecia que o jogo ia para a prorrogação, Sneijder entrou novamente driblando pela ponta-direita, e depois de passar por um mexicano, foi tocado por Rafa Marquez, deu aquela valorizada e conseguiu o pênalti. Huntelaar bateu e guardou. Por cinco minutos os mexicanos perderam a vaga nas quartas. Sentimento similar ao que fizeram com o Panamá nas eliminatórias da CONCACAF.

Holanda chutou 12 vezes a gol no segundo tempo,
enquanto no primeiro só teve um.

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