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domingo, 10 de março de 2013

Manchester Utd 2 x 2 Chelsea - FA Cup

Manchester aproveita erros de Cech em bolas alçadas na área para fazer 2 gols em 11 minutos de jogo, e depois assiste o Chelsea jogar, repetindo a estratégia do jogo contra o Real Madrid. No segundo tempo, as substituições de Rafa Benitez surtem efeito, e os Blues alcançam o empate. Apesar das chances de desempate no final do jogo, as equipes terão que fazer um novo jogo para decidir quem avança às semifinais da Copa da Inglaterra, o campeonato de futebol mais antigo do mundo.

 Aquecimento

Após resultados ruins nas competições européias no meio-da-semana, ambas as equipes passaram a olhar a  Copa da Inglaterra com mais carinho. O Chelsea foi derrotado por 1 a 0 fora de casa pela modesta equipe do Steaua Bucarest, pelas oitavas-de-final da Liga Europa, e espera o jogo da volta. Enquanto isso, o Manchester foi eliminado pelo Real Madrid da Liga dos Campeões em partida marcada pela polêmica expulsão de Nani.

No jogo contra o Real, Ferguson foi criticado por não ter escalado Rooney no time titular. Hoje, o atacante inglês pôde jogar desde o inicío. Ao lado dele, no ataque, jogou o mexicano Chicharito Hernandez. Na segunda linha do meio-campo, jogaram Shinji Kagawa, pela esquerda; Nani, pela direita; Carrick e Cleverley formaram a dupla de meio-campo novamente. Na zaga, Evans jogou no lugar de Vidic ao lado de Rio Ferdinand. Rafael e Evra, nas laterais e De Gea no gol, completaram o time.

O Chelsea veio com sua defesa que já é a padrão dessa temporada sob Rafa Benitez: Cech, Azpilicueta, Tim Cahill, David Luiz e Ashley Cole. No meio, o técnico espanhol optou por uma dupla de volantes formada por Ramires e Lampard. O trio de armadores teve o nigeriano Victor Moses, o espanhol Juan Mata e o brasileiro Oscar. Na frente Demba Ba deixou Fernando Torres no banco.

Ataque dos Reds faz dois em onze minutos, com a ajuda de Petr Cech

Quando os times entraram em campo, a disposição inicial dos jogadores no gramado dava a entender que o Manchester jogaria com duas linhas de quatro, com Kagawa fazendo o lado esquerdo, e Rooney jogando como um 9 e meio, e Chicharito enfiado entre os dois zagueiros. Logo aos quatro minutos, Carrick fez lançamento magistral para o atacante mexicano, que aproveitou a saída errada do goleiro para encobri-lo de cabeça e abrir o placar em Old Trafford.

Logo após, uma falta pelo lado esquerdo do ataque do Manchester foi batida por Rooney, que cruzou a bola na área. Evans atrapalhou David Luiz, e a bola passou por todo mundo sem ser desviada. Petr Cech não saiu do gol, e só assistiu ela entrar no seu gol. O jogo mal havia começado e os Blues já estavam em maus lençóis.

A jogada do primeiro gol foi fruto de dois fatores que se tornariam claro no decorrer do jogo. O primeiro sendo a movimentação do trio Rooney-Chicharito-Kagawa. E o segundo o posicionamento de Juan Mata.

Na fase defensiva, o trio do Manchester United se comportava como esperado. Kagawa na esquerda, marcando forte as subidas de Azpilicueta; Rooney ocupando Ramires no meio-campo - O brasileiro passou o primero tempo inteiro como um primeiro volante tradicional, guardando posição para liberar Lampard - E Hernandez marcando os zagueiros. Quando o time tinha a bola, o posicionamento mudava drasticamente. Kagawa saída da esquerda para fazer o papel de camisa 10 no meio, Rooney avançava para o ataque, flutuando por todo o campo, e Chicharito procurava trabalhar no canal entre Azpilicueta e Tim Cahill, efetivamente atraindo a atenção do lateral direito, e exatamente no setor em que marcou o primeiro gol.

Essa movimentação criava uma vantagem numérica no meio-campo a favor do Manchester, o que geralmente significava tempo e espaço para Carrick fazer lançamentos longos e lançar contra-ataques. Entretanto, o lado esquerdo do meio-campo do Manchester ficava vazio. Esse corredor era prontamente aproveitado por Patric Evra, acompanhado por Victor Moses, que por vezes não sabia se ajudava na batalha do meio-campo ou marcava o lateral. Notadamente, Petr Cech foi obrigado a fazer duas grandes defesas em sequência após o francês ser lançado por Kagawa, ultrapassar seu marcador nigeriano e cruzar nos pés de Rooney, que chutou a queima roupa e depois da primeira defesa, David Luiz tentou tirar de cabeça e acabou cabeceando contra o próprio gol, fazendo o goleiro tcheco trabalhar mais uma vez.

O posicionamento de Juan Mata também foi um fator chave no jogo. Jogando atrás de Demba Ba, ele não ocupava a dupla de meio do Manchester com tanto voluntarismo quanto Rooney do outro lado. Ao invés, ele preferia se concentrar na parte ofensiva do seu jogo, muitas vezes se tornando um segundo atacante e ocupando um zagueiro. Isso contribui para que Michael Carrick pudesse ser uma influência no jogo. No lance do gol. O inglês está sendo vigiado por Mata, mas o espanhol pouco faz para combatê-lo.

Rafa Benitez substitui bem, e o Chelsea chega ao empate.

Com quatro minutos do segundo tempo, o técnico espanhol do Chelsea trocou Lampard e Moses por John Obi Mikel e Eden Hazard. Com isso, Ramires passou a ter mais liberdade para chegar ao ataque vindo de trás, coisa que ele não pôde fazer o primeiro tempo inteiro, já que foi sacrificado em prol do seu parceiro, já que o Mikel agora dava a segurança necessária a frente da defesa. Na frente, Eden Hazard deu ao jogo do Chelsea um pouco mais de anarquia, forçando o trio de armadores a se movimentaremd de forma que não haviam feito antes. O belga muitas vezes caiu pela esquerda, trocando passes com Oscar.

De fato, foi exatamente da posição da ponta-esquerda, ocupada normalmente pelo brasileiro que Hazard fez um belo gol, chutando colocado de fora da área no canto esquerdo do goleiro De Gea. Antes disso, o Chelsea já dominava a posse de bola. Já que o Manchester jogava cada vez mais longe da área adversária, Ferguson tirou Hernandez - que não tem seu forte em contra-ataques - e colocou Van Persie. Rooney foi jogar permanentemente pelo lado esquerdo do meio-campo. O Chelsea manteve um ritmo forte de posse de bola. Não foi exatamente estéril como o do Barcelona recentemente, pois eles sempre arriscavam um passe decisivo, o qual a zaga do Manchester afastava, mas o rebote era sempre do Chelsea, graças a grande atuação de David Luiz, que desarmava perto da linha do meio-campo todas os projetos de contra-ataque do Manchester.

Foi exatamente em uma roubada de David Luiz que o Chelsea chegou ao gol de empate. Em momento de posse do Manchesete, o brasileiro roubou e lançou a bola para o ataque. Demba Ba amorteceu e tocou para Oscar, que passava pelo meio. O ex-Internacional, por sua vez, esperou a passagem de Ramires, que recebeu pelo lado direito no ataque, carregou a bola, e sob a marcação de Evans, cortou para o meio e chutou de esquerda, colocando a bola no fundo das redes.

Ferguson ainda colocou Welbeck no lugar de Kagawa, apagado. E Benitez colocou Torres no lugar de Demba Ba. No final do jogo, David Luiz roubou mais uma na intermediária, avançou com ela e fez um cruzamento de esquerda. Juan Mata recebeu, tirou o zagueiro da jogada, puxou para o pé bom, mas De Gea fez grande defesa no que seria o gol da virada. Chelsea manteve pressão nos últimos minutos, mas não conseguiu superar o goleiro espanhol novamente. Vendo que o momento era favorável ao time de Londres, a equipe do Manchester se fechou e ficou a esperar pelo replay - jogo desempate.

Conclusão
A astúcia de Ferguson na movimentação dos seus jogadores lhe deu a vantagem logo no inicio do jogo. Talvez tenha sido cedo demais. Como no jogo contra o Real Madrid, eles recuaram as linhas e foram dominados pelo Chelsea no resto do jogo inteiro. A solidez defensiva do Manchester durou até as substituições de Rafael Benitez, que deram ao Chelsea o que faltava para o gol: movimentação. O dinamismo de Ramires e Hazard finalmente furaram o bloqueio. O time de Londres vai pra casa decepcionado por não ter conseguido a virada nos minutos finais, enquanto o de Manchester, por não ter aproveitado a vantagem que construiu.

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